A ponte que a menina atravessa
É cheia de armadilhas
Promete um mundo do lado de lá -
Um mundo além da margem da vida.
É uma arapuca
Uma ilusão
A ponte não leva
Nem traz
Melhor seria seguir o rio
Esse rio que sempre tem
um curso que se renova
O rio lava e leva
pra longe
os dejetos
Traz a nova possibilidade
um trajeto caudaloso
sem monotonia
Na carona das chuvas
No descanso das secas
Deixando as pontes pra trás
Fazendo da menina
o leito onde descansa
as águas novas.