Friday, March 25, 2011

os deuses das grutas - ou um deus escondido


                                                                                                              A experiência na caverna é espiritual, mísitca – testemunho de uma graça da natureza, ou talvez um conto de mistérios…
É como caminhar pelas entranhas de um Deus – a garganta petrificada, os intestinos retorcendo em estalagtites e estalagmites querendo se encontrar – Romeus e Julietas subterrâneos!
Os ácidos do êstomago vertendo em cálculos milenares – o cérebro brilhante – de belo!
E dentes, muitos dentes ferozes – o avesso do Deus que mostra o gêmeo monstro que, na verdade, está ali para proteger a reentrância.
A escuridão domina os olhos – os sons são guturais. E há santos, muitos santos empilhados por todas as partes – ou monges, gurus, sábios, mestres, profetas, anjos… todos estagnados para o dia – mas ativos à noite (pois sempre é noite nesse reino mineral), quando crescem e se movem invisíveis por muitos anos.
A caverna convida para essa aventura do escuro, do petrificado, do sagrado que a gente nem conhece. Suas riquezas são pintadas de tempo e ausência de luz – é a cor do que há de ser quando  alguém escorregar por sua longa garganta e mergulhar no que a caverna conduz…