Nessa sombra de casa
Os vultos percorrem os cantos
Cada qual com seu manto
Pra escurecer o dia.
Espiam pelas frestas
das janelas entreabertas.
Encarapuçados - carrascos de almas
De prontidão para nos levar
Desfazem fechaduras
Infiltram-se no piso
Empesteando cada vão
entre os tacos levantados
Umedecem as paredes
Exalando um hålito frio
Por fim, acomodam-se em nossas camas
e dormem um sono
sem hora de ir embora.