Sou mulher rendeira
Não a das canções populares
Nem a que senta com bilros nas calçadas quentes do nordeste
Meu artefato é delicado
E mutante
Sem sossego
São palavras
Que rendo
E me rendo a elas
Me enrosco
Nas suas milhares de possibilidades e combinações
Desenhos intricados - como filigramas
Com ares antigos e rebuscados
Mosaicos que formo
A renda do meu esforço
Delicada - mas por vezes brusca e tosca
Querendo ser colcha para acomodar os sonhos
Num balaio de rendas
Onde dormem gatos
Palavras...
ReplyDeleteÀs vezes durmo com elas
rendas com nós e com laços,
acordam ainda mais belas,
presas a mim, como abraços...
Beijos!
AL