Sunday, April 18, 2010

O que eu vou ser quando crescer

Quando eu era pequena (pequena de altura ainda sou) - por volta dos meus 7 anos - eu me lembro de brincar de 4 coisas: secretária, professora, veterinária e cantora (ou artista).

Como secretária, eu sentava no banquinho do bar e enrolava um  papel - e datilografava! O barulho do papel enrolado, quando dedilhado pela minúscula mão, era igual ao de uma máquina de escrever. Eu carregava uma bolsa velha da minhã mãe e enchia de quinquilharias... e tinha também o telefone velho e toda uma parafernália de objetos que representavam os objetos de um escritório.

Como professora, eu não era a professora tão linda (como a Dna. Maria Elizabeth que tinha os olhos verdes ardidos e era muito brava), mas a professora legal, bonitinha e simples, como a Dna. Rute. Eu colocava o cabelo no coque e ensinava coisas interessantes sobre o mundo para os meus alunos imaginários e sempre bem comportados.

Como veterinária, eu levava minha cachorra para passear ou passava remédio nos bichos da casa - tinha o meu consultório na varanda da frente da casa e conversava muito com os animais - acho que eu tinha um complexo de São Francisco!

Mas como cantora - ou artista - era como eu mais me expressava! Dançava fazia entrevista com as paredes, inventava novelas, cantava, cantava, cantava!

Na minha vida de gente grande, eu experimentei um pouquinho de tudo: fui professora, demi cantora, pseudo veterinária e secretária. Hoje eu trabalho como "operária moderna" - trabalho de escritório num banco americano onde as funções são bastante segmentadas e, embora seja uma prestação de serviços, é identificado como produção. Já faço isso há mais de 10 anos e não gosto nem um pouco, mas como sou imigrante, aceito o que vem em minha direção e agradeço. Mas de uns tempos para cá, por causa da economia, comecei a pensar que preciso voltar ao que a minha sabedoria inconsciente de criança me dizia - fazer algo onde eu tenha mais controle de quem sou e para onde vou! Por conta disso, desse sentimento de mudança que por vezes nos assola, comecei a pesquisar a possibilidade de voltar à educação - e, como tudo que a gente busca acaba se abrindo em caminhos, tenho até uma escola interessada em mim!

Agora tenho que transcrever os meus créditos da faculdade para ver  como posso obter o certificado!

Quem sabe eu até saia cantando!?

3 comments:

  1. Oi, Paula!
    Vi que você comentou meu último post. Que bom que gostou do blog!
    Você sabe que eu também brincava de secretária com a folha de papel enrolada? Era ótimo! E os telefones eram os controles remotos da tv na casa da minha avó...eram como telefones sem fio, super modernos :) Acho que devo ter aprendido a brincar disso com alguma de vocês.
    Se cuida.
    Um beijo!
    Julia

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  2. Não titubeie, Paula. Saia desse banco já. Se não puder dar aula na escola d~e para estrangeiros que falem português (qualquer um deles). Eles aprenderão felizes e você ensinara da mesma forma. E viva a sabedoria inconsciente!
    beijim

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  3. Obrigada pela força, Wania. Eu já vou traçando o meu caminhozinho - aos poucos, mas com certeza, chego lá! O melhor da crise é que ela sempre sugere mudança!

    Beijos com saudades,

    Paula

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